O câncer de mama é o mais comum em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos de câncer em mulheres. Esse tipo de câncer é a primeira causa de morte em mulheres no Brasil, sendo a mais frequente em quase todas as regiões brasileiras.
A incidência tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia, especialmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Dentre os principais sinais e sintomas suspeitos, indicados pelo INCA, estão: nódulo (caroço) fixo e, geralmente, indolor; mudança na posição ou formato do mamilo; vermelhidão, retração ou aparência de casca de laranja na pele do seio; saída espontânea de líquido pelo mamilo e caroços no pescoço ou axilas. Por isso, o autoexame das mamas e a mamografia são essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce.
O câncer mexe com todo o organismo humano e traz diversas consequências, sejam elas físicas ou emocionais. Raiva, tristeza, inquietação, ansiedade, angústia, medo e luto. Esses são alguns dos sentimentos vivenciados por uma mulher quando recebe o diagnóstico de câncer de mama. Além da notícia, todo o processo de tratamento da doença também é algo muito impactante na vida da paciente, pois mexe com a autoestima, com a rotina, com sua expectativa de vida, e isso pode levar ao desenvolvimento de um quadro de depressão.
Um estudo do Observatório de Oncologia mostrou que de 10% a 25% das mulheres com câncer de mama chegam a sofrer com depressão. Cada paciente vive de forma individual essa experiência acerca de seu diagnóstico e dos aspectos psicossociais envolvidos nesse processo. Algumas acabam utilizando da negação como mecanismo de defesa nesta circunstância, o que pode agravar ainda mais o tratamento dos dois problemas.
Uma mulher acometida pelo câncer se depara com a aceitação e convivência de um corpo marcado por uma nova imagem, podendo manifestar, assim, uma insatisfação compreensível, afinal, ocorrem alterações significativas em diversas esferas de sua vida, tais como atividade sexual, vida social e até, em alguns casos, vida no trabalho. Logo, é imprescindível todo o acompanhamento multidisciplinar para tratamento da doença, assim como o acompanhamento médico é importante, o cuidado psicológico também é fundamental para o bem-estar da mulher que está vivenciando esse momento delicado.
O papel do psicólogo nesse tipo de tratamento é estabelecer um processo de ressignificação dessa nova experiência que a mulher está vivendo. A perda dos cabelos, da mama, os possíveis efeitos colaterais do tratamento e a nova rotina que deve ser estabelecida desgastam a paciente tanto na parte física, quanto emocional. É neste contexto de mudanças que o acompanhamento psicológico pode trazer benefícios, dando força e esperança.
Outra coisa que o psicólogo pode ajudar nessa jornada de tratamento dessa paciente é na busca de informação correta e confiável. O conhecimento, vindo de um profissional de saúde especializado na área, ajuda as mulheres a entenderem o que está acontecendo com os seus corpos, e evita que elas acreditem em notícias falsas sobre o câncer de mama.
A fase pós-tratamento também é um processo de enfrentamento muito importante na vida da paciente, onde podem aparecer dificuldades em traçar planos para o futuro, viver um relacionamento, por exemplo, e o medo de um possível retorno da doença. A continuidade do acompanhamento psicológico é fundamental e contribui para a diminuição da ansiedade ou de outros sintomas psíquicos, sobretudo, diante da iminência da alta ou remissão do câncer.
A família também pode contribuir incentivando a paciente a buscar um psicoterapeuta, rodas de apoio de mulheres que passaram pela mesma situação e oferecer suporte emocional diante das variações de humor e comportamento. É importante jamais culpabilizar a pessoa pelo processo de adoecimento, mas contribuir para que ela possa cumprir as prescrições médicas para o bom andamento do tratamento.
Confira uma live que realizamos sobre a vida emocional depois do câncer de mama!
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